CONSIDERAÇÕES INICIAIS...
- O
título mariano de "Co-redentora" se refere à participação única de
Maria na obra de nossa redenção, realizada por Jesus Cristo. O prefixo "co"
vem do latim "cum", que significa "com" e não "igual
a".
- O
conceito de Co-Redentora não é um dogma, embora petições para declará-lo
(juntamente com Medianeira)
dogmaticamente, tenham sido submetidos ao Papa por vários cardeais e bispos, para que
esta crença possa tornar-se o quinto dogma mariano aprovado pela Santa Sé.
- O
conceito de Co-Redenção não é novo, mesmo antes do ano 200, Santo Ireneu
de Lyon refere-se a
Maria como "causa
salutis" (causa de nossa salvação)
devido ao seu Filho.
- O Papa
João Paulo II usou o título de Co-redentora pelo menos em seis ocasiões em
pronunciamentos, como fez o Papa Pio XI várias vezes antes dele.
Por exemplo, em sua homilia em Guayaquil, Equador, em janeiro de 1985, João Paulo II declarou que Maria estava "crucificada espiritualmente com seu Filho crucificado" e que "seu papel como Co-redentora não cessou depois da glorificação de seu Filho".
Por exemplo, em sua homilia em Guayaquil, Equador, em janeiro de 1985, João Paulo II declarou que Maria estava "crucificada espiritualmente com seu Filho crucificado" e que "seu papel como Co-redentora não cessou depois da glorificação de seu Filho".
Os santos
trazem um forte testemunho para o título de Maria Co-redentora. São Pio de
Pietrelcina, São Josemaría Escrivá, Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith
Stein), São Leopoldo Mandic, Bem-Aventurado Bartolo Longo e vários outros
santos recentemente canonizados e bem-aventurados usaram o título, junto com
São Maximiliano Kolbe.
Madre
Teresa de Calcutá foi efetivamente um dos líderes da causa para uma definição
de Maria Co-redentora e Medianeira de todas as graças. Irmã Lúcia, a vidente de
Fátima, também sublinhou o papel de Maria Co-redentora em seu último livro
"Apelos da Mensagem de Fátima", expondo sobre Maria Co-redentora em
seis seções diferentes.
A este respeito, afirma o famoso
teólogo Pe. Royo Marin: A Co-Redenção mariana — assim como a Redenção de
Cristo, com a qual forma uma só coisa — atinge todo o gênero humano, sem
exceção. Não há um Redentor por um lado e uma Co-Redentora por outro, mas uma
só Redenção, realizada por Cristo com a cooperação secundária de Maria”.
PRONUNCIAMENTO DE JOÃO PAULO II SOBRE O TEMA
Maria, singular cooperadora
da Redenção
Audiência do
Santo Papa João Paulo
II, no dia 9 de abril de 1997
Queridos
Irmãos e Irmãs
1. No
decurso dos séculos a Igreja refletiu sobre a cooperação de Maria na obra da
salvação, aprofundando a análise da sua associação ao sacrifício redentor de
Cristo. Já Santo Agostinho atribui à Virgem a qualificação de «cooperadora » da
Redenção (cf. De Sancta Virginitate,
6;PL 40, 399), título que põe em relevo a
ação conjunta e subordinada de Maria a Cristo Redentor.
Neste
sentido se desenvolveu a reflexão, sobretudo a partir do século XV. Temeu-se
que se quisesse pôr Maria no mesmo plano de Cristo. Na realidade, o ensinamento da Igreja sublinha com
clareza a diferença entre a Mãe e o Filho na obra da salvação, ilustrando a
subordinação da Virgem, enquanto cooperadora, ao único Redentor.
De resto, o
apóstolo Paulo, quando afirma: «Somos cooperadores de Deus» (1Cor. 3, 9), sustenta a
efetiva possibilidade para o homem de cooperar com Deus. A
colaboração dos crentes que, obviamente, exclui qualquer igualdade com Ele,
exprime-se no anúncio do Evangelho e no contributo pessoal ao seu arraigamento
no coração dos seres humanos.
2. Aplicado
a Maria, o termo «cooperadora » assume, porém, um significado específico. A
colaboração dos cristãos na salvação atua-se depois do evento do Calvário,
cujos frutos eles se empenham em difundir mediante a oração e o sacrifício. O concurso de Maria, ao contrário,
atuou-se durante o evento mesmo e a título de mãe; estende-se, portanto, à
totalidade da obra salvífica de Cristo. Somente Ela esteve associada deste modo
à oferta redentora, que mereceu a salvação de todos os homens. Em
união com Cristo e submetida a Ele, colaborou para obter a graça da salvação à
humanidade inteira.
O particular
papel de cooperadora, desempenhado pela Virgem, tem como fundamento a sua
maternidade divina. Dando à luz Aquele que estava destinado a realizar a
redenção do homem, nutrindo- O, apresentando-O no templo, sofrendo com Ele que
morria na Cruz, «cooperou de modo singular na obra do Salvador» (LG, 61). Embora a
chamada de Deus a colaborar na obra da salvação se refira a cada ser humano, a participação da Mãe do Salvador na
Redenção da humanidade representa um fato único e irrepetível.
Não obstante
a singularidade dessa condição, também Maria é destinatária da salvação. É a primeira remida e resgatada por
Cristo, «da maneira mais sublime» na sua imaculada conceição (cf. Bula «Ineffabilis Deus», em Pio IX , Acta
I, 605) e cumulada
pela graça do Espírito Santo.
3. Esta
afirmação conduz-nos agora a perguntar-nos: qual é o significado desta singular
cooperação de Maria no plano da salvação? Ele deve ser procurado numa
particular intenção de Deus em relação à Mãe do Redentor, a qual em duas
ocasiões solenes, isto é, em Caná e junto da Cruz, é chamada por Jesus com o
título de «Mulher»
(cf. Jo. 2, 4; 19, 26). Maria, enquanto mulher,
é associada à obra salvífica. Tendo criado o homem «varão e mulher» (cf. Gn.
1, 27), o Senhor quer, também na Redenção, pôr ao lado do Novo Adão a Nova Eva.
O casal dos progenitores empreendera a via do pecado; um novo casal, o Filho de Deus com a
colaboração da Mãe, haveria de restabelecer o gênero humano na sua dignidade
originária.
Maria,
Nova Eva, torna-se assim ícone perfeito da Igreja. Ela, no desígnio divino,
representa aos pés da Cruz a humanidade remida que, necessitada de salvação, se
torna capaz de oferecer um contributo ao desenvolvimento da obra salvífica.
4. O
Concílio tem bem presente esta doutrina e fá-la própria, ressaltando o
contributo da Virgem Santíssima não só no nascimento do Redentor, mas também na
vida do seu Corpo místico, ao longo dos séculos e até ao «escaton»: na Igreja
Maria «cooperou» (cf. LG, 53) e «coopera» (cf. LG,
63) na obra da salvação. Ao ilustrar o mistério da Anunciação, o Concílio
declara que a Virgem de Nazaré
«abraçou de todo o coração o desígnio salvífico de Deus, se consagrou
totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada
a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça de Deus onipotente o mistério
da Redenção» (LG, 56).
O
Vaticano II, além disso, apresenta Maria não só como a «mãe do Redentor », mas
como «companheira generosa deveras excepcional», que coopera «de modo singular,
com a sua obediência, fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador».
Recorda, além disso, que o fruto sublime desta cooperação é a maternidade
universal: «É por esta razão nossa mãe na ordem da graça» (LG,
61).
À Virgem
Santa podemos, então, dirigir- nos com confiança, implorando-lhe o auxílio, na
consciência do papel singular a Ela confiado por Deus, o papel de cooperadora
da Redenção, por Ela exercido durante toda a vida e, de modo particular, aos
pés da Cruz.
MARIA, A NOVA EVA
“O
que Lúcifer perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva condenou
e perdeu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência. Eva, obedecendo à
serpente, perdeu consigo todos os seus filhos e os entregou ao poder infernal;
Maria, por sua perfeita fidelidade a Deus, salvou consigo todos os seus filhos
e servos e os consagrou a Deus.”
(São Luís Maria Gringnion de
Montfort)
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