quarta-feira, 29 de agosto de 2012

REC – Reflexões e Estudos CATÓLICOS (29/08/2012) - Tema: TÍTULOS ECLESIÁSTICOS



ENTENDENDO O CLERO CATÓLICO...

A Igreja católica é composta por clérigos, religiosos e leigos.
O clero católico constitui-se dos ministros ordenados: diáconos, padres e bispos:

DIÁCONO - O diácono possui o primeiro grau da Sacramento da Ordem, sendo ordenado não para o sacerdócio, mas para o serviço da caridade e da proclamação da Palavra de Deus e da liturgia.
É um ministro religioso que está no último dos sete anos de estudos – em média – que levam à carreira clerical, estes chamados de diáconos transitórios.
Mas há também os diáconos em grau permanente, que podem ser homens solteiros, casados ou viúvos. Entretanto a admissão de um homem casado ao diaconato necessita de um consentimento por escrito da esposa sendo necessário que a família leve uma vida condizente com os valores cristãos e que o matrimônio tenha ocorrido há no mínimo 5 anos. A ordenação no diaconato paralisa o estado dos solteiros e viúvos, de modo que estes após o sacramento não podem mais se casar, devendo permanecer celibatários.
Os poderes de um diácono são: ministrar os sacramentos do batismo e do matrimônio, dar bençãos diversas, dar a benção do santíssimo sacramento, fazer a celebração da palavra, distribuir a sagrada comunhão e fazer pregações

PADRE - Um padre (do latim páter ou pátris, que significa “pai” ou “chefe da família”) refere-se a um presbítero, clérigo católico do sexo masculino que recebeu o sacramento da Ordem. Hierarquicamente, está acima dos diáconos e abaixo dos bispos.
Pode, também, executar, entre outros atos de fé, a consagração do pão e do vinho na Liturgia Católica, conhecido por missa no ocidente. Possui essa investidura, concedida por Jesus Cristo, através da Igreja Católica.

BISPO - Os bispos são os sucessores dos apóstolos, recebendo com a ordenação episcopal a missão de santificar, ensinar e governar, a eles confiada no âmbito de uma circunscrição definida (diocese, arquidiocese ou prelazia).
São Pedro, segundo a história da Igreja, foi o primeiro bispo do Cristianismo católico em Roma.
O episcopado é o último e supremo grau do sacramento da Ordem. O bispo é também a autoridade máxima da Igreja particular local em jurisdição e magistério.
Aos bispos compete ministrar o sacramento da ordem de modo exclusivo e também, na Igreja Latina, o sacramento da crisma. Ordenar presbíteros e diáconos, bem como conferir ministérios são funções exclusivas do bispo.

O clero católico se distingue também em duas categorias: Clero Regular e Clero Secular.

CLERO REGULAR -  atualmente denominado mais comumente de Clero religioso, é constituído por todos os clérigos consagrados da Igreja Católica, que seguem uma regra de uma determinada ordem religiosa, que tem a sua própria hierarquia e títulos específicos. O termo regular provém do fato de que cada ordem religiosa estabelecia suas próprias regras de vida (do latim, regula). O hábito de viver em mosteiros - chamado monasticismo - foi introduzido no Ocidente no século VI, quando São Bento fundou o mosteiro do Monte Cassino, na península Itálica, dando origem à ordem dos beneditinos. A regra criada por São Bento para disciplinar a vida de seus monges, aprovada pelo Papa, serviu de modelo para outras ordens surgidas posteriormente, como as ordens mendicantes (não são monásticas) dos franciscanos e dos dominicanos.
O modelo dos mosteiros masculinos, dirigidos por um abade, foi logo instituído para as mulheres. Os mosteiros ou monastérios desempenharam um importante papel na Europa medieval, dedicando-se em tempo integral às práticas religiosas e às atividades de sobrevivência dos mosteiros e das abadias (cultivando terras), cristianizando povos e organizando e mantendo escolas e bibliotecas.

CLERO SECULAR - (do latim: "sæculum", que significa mundo), também referido mais comumente na atualidade como Clero diocesano é a designação dada à parcela do clero da Igreja Católica Romana que desempenha atividades voltadas para o público em geral e que vive junto dos leigos, exercendo as mais variadas formas de apostolado e assegurando a administração da Igreja.

TÍTULOS E FUNÇÕES PRÓPRIAS DA VIDA RELIGIOSA

MONGE - Os monges católicos, que podem ser clérigos ou leigos, seguem uma regra de uma determinada ordem religiosa monástica e residem em mosteiros, enquanto que os frades e freiras residem em conventos. Os monges seguem uma vida de desapego aos bens materiais e de contemplação e serviço a Deus.

ABADE - é a função e o título do monge superior de uma abadia. Tem a dignidade de Bispo, mas não é ordenado Bispo.
A palavra abade, que provém do substantivo latino abbas, abbatis, através da sua forma acusativa abbatem– a qual, por sua vez, deriva do siríaco abbâ (através do étimo hebraico abba) –, significa pai e se refire à vida monástica e a quem governa uma abadia. Em língua portuguesa, o feminino é abadessa.
O título teve a sua origem nos mosteiros da Síria, no século IV, tendo-se espalhado pelo Mediterrâneo oriental, sendo adotado, na generalidade das línguas europeias, para designar o governante de um dado mosteiro.
São Bento de Núrsia considerava que o abade era o representante de Cristo, o apoio das necessidades dos monges, além de ter autoridade jurídica e administrativa no mosteiro.

PRIOR - é a função e o título do monge superior de um mosteiro que ainda não é abadia.

FRADE - Frade é a designação dada a um católico consagrado que pertence a uma ordem religiosa mendicante e que vive normalmente num convento. Ele tanto pode ser um clérigo como um leigo.
O termo frade é proveniente da palavra latina frater, irmão, pelo qual se dirigiam uns aos outros. O título dado aos frades é frei, que deve ser usado somente anteposto ao prenome do frade e nunca como um substantivo independente (o correto é “o frade foi ordenado” e não “o frei foi ordenado”).
As primeiras ordens cristãs compunham-se de homens ou mulheres que se retiravam do mundo para melhor poderem adorar a Deus nos grandes mosteiros que se espalharam por toda a Europa na Idade Média. No entanto, o crescimento das cidades e das pobres comunidades de pessoas que nelas viviam, sem contacto com o catolicismo, trouxeram a necessidade de um novo tipo de ordem religiosa. Este novo tipo não deveria estar tão enclausurado como o estilo de vida monástica dos monges e deveria estar mais inserido junto aos novos grandes centros urbanos.
Por estas razões, no século XIII, surgem os Franciscanos (os Menoritas ou Irmãos Menores), criados por São Francisco de Assis, em 1210. Seis anos mais tarde São Domingos fundou a Ordem dos Pregadores. Os membros destas duas ordens realizavam, para além dos tradicionais votos de castidade e obediência, o voto de pobreza, pelo que renunciavam à posse de quaisquer bens. Daí serem conhecidos por mendicantes, pois que apenas conseguiam subsistir por intermédio de esmolas e dávidas dos fiéis.

TÍTULOS E FUNÇÕES PRÓPRIAS DO CLERO SECULAR

PÁROCO - É o sacerdote responsável por uma paróquia, menor unidade eclesiástica da Igreja, revestida de personalidade jurídica canônica. Também chamado de cura.

VIGÁRIO - O vigário coadjutor ou vigário geral é um sacerdote designado pelo Bispo para ajudá-lo na administração da Diocese. O vigário judicial é seu responsável pelos processos, de acordo com a organização do Tribunal Eclesiástico. O vigário paroquial é o que ajuda o pároco em uma paróquia. Em alguns lugares, chamam o próprio pároco de vigário.

REITOR- É o padre responsável por uma igreja que não é sede de paróquia. Também uma função.

ADMINISTRADOR PAROQUIAL- designa o padre (seja pároco de outra paróquia, seja um reitor, ou um sacerdote que não tem igreja alguma sob sua responsabilidade) que, temporariamente, administra uma paróquia, quando está vacante.

CHANCELER - É o notário da Cúria Diocesana, responsável pelos atos e ofícios de uma Diocese.

Cabido da Diocese de Frederico Westphalen
CÔNEGO - é o membro do Cabido, que é uma espécie de senado do Bispo e que se reúne na Catedral. Nem todas as Dioceses têm Cabido, mas ainda assim, o Bispo pode recompensar um sacerdote com esse título dignatário, honorífico. Também se chamam "cônegos" os sacerdotes das Ordens de clérigos regulares (um dos tipos de instituto de vida religiosa); assim: cônegos premonstratentes, por exemplo. Porque é um título, chama-se o padre que é cônego por ele: "Cônego Fulano".

MONSENHOR - é um título eclesiástico de honra conferido aos sacerdotes da Igreja Católica pelo Papa. Apesar de somente o Papa conferir o título de Monsenhor, ele o faz a pedido do bispo diocesano por meio da Nunciatura Apostólica. O número máximo de monsenhores de uma diocese não pode, normalmente, ultrapassar 10% do total de sacerdotes. O Monsenhor não tem uma autoridade canônica maior que a de qualquer padre, uma vez que a nomeação não implica num sacramento da ordem. Assim o monsenhor só se distingue de um padre comum pelo título. Os padres que serão sagrados bispos recebem automaticamente o título de monsenhor.

DOM - é o título, no Brasil, do Bispo e dos monges beneditinos, cistercienses e trapistas que sejam sacerdotes. Na Itália, é o título dos sacerdotes diocesanos. Exemplo: Dom Bosco.

PRIMAZ - é o Bispo da Diocese mais antiga de um país. No Brasil, o Primaz é o Arcebispo de Salvador. 

BISPO AUXILIAR - O Bispo Auxiliar, é um Bispo-titular da Igreja Católica, que tem a função de auxiliar o bispo diocesano.

BISPO EMÉRITO - é o bispo que renuncia ao governo de uma diocese, em geral, ao completar 75 anos de idade.

ARCEBISPO - É um bispo católico que, normalmente, está à frente de uma arquidiocese. Foi uma criação administrativa da Cúria Romana para atender aos anseios das populações e dioceses mais afastadas de Roma. Pode ser:
- Arcebispo metropolita: é o Arcebispo da arquidiocese sede de uma província eclesiástica, a qual é formada por várias dioceses. Tem todos os poderes do bispo em sua própria arquidiocese e poderes de supervisão e jurisdição limitada sobre as demais dioceses. O pálio, conferido pelo Papa, é o símbolo da sua qualidade de metropolita.

NÚNCIO APOSTÓLICO - é um representante diplomático permanente da Santa Sé. Representa a Santa Sé perante os Estados e perante a Igreja local. Costuma ter a dignidade eclesiástica de arcebispo. Normalmente reside na nunciatura apostólica, que goza dos mesmos privilégios e imunidades que uma embaixada.
No Brasil, o atual núncio é Dom Giovanni d'Aniello.

CARDEAL - Um cardeal é um alto dignitário da Igreja Católica, que assiste o Papa em diversas competências. Os cardeais, agrupados no Colégio dos Cardeais, são também chamados de purpurados, pela cor vermelho-carmesim da sua indumentária. Eles são considerados, na diplomacia, como “príncipes da Igreja”. A etimologia do termo cardeal encontra-se no latim cardo/cardinis, em português gonzo ou eixo, algo que gira, neste caso em torno do Papa.
Os cardeais são nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício (consistório). O título, segundo o Código de Direito Canónico, distingue homens notáveis pela sua doutrina, piedade e prudência na condução dos assuntos.
Os cardeais reunidos em consistório assistem o Papa nas suas decisões. Os consistórios podem ser:
§   ordinários: reúnem os cardeais presentes em Roma.
§   extraordinários: reúnem todos os cardeais.
Os cardeais podem ter responsabilidades na Cúria Romana, a administração da Igreja. Os cardeais da Cúria devem residir em Roma. Os cardeais com menos de oitenta anos são os eleitores para Papa.


CAMERLENGO - O Camerlengo da Igreja Católica é o administrador da propriedade e receita da Santa Sé; suas responsabilidades incluem a administração fiscal do Patrimônio de São Pedro.
A maior responsabilidade do Cardeal Camerlengo é a determinação formal da morte do Papa; o procedimento tradicional, já em desuso, para essa situação se dava batendo gentilmente um martelo de prata na cabeça do Papa e chamando o seu nome. Hoje o processo do martelo não é mais usado, e após o Papa ser declarado morto, o Camerlengo remove o Anel do Pescador do seu dedo e o corta com uma grande tesoura na presença dos demais Cardeais, e também destrói a face do selo do Papa com o Martelo de Prata. Esse ato simboliza o fim da autoridade do último Papa. o Camerlengo notifica então os oficias apropriados da Cúria Romana e o Decano do Colégio dos Cardeais. Depois, ele começa os preparativos para o conclave e o funeral do Papa.

PAPA - O Papa é o Bispo de Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica (isto é, do Rito Latino e das Igrejas Orientais Católicas em plena comunhão com Roma). O atual pontífice é o Papa Bento XVI, que foi eleito no conclave em 19 de abril de 2005.
O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais, e seu posto é vitalício. O papa também é o Chefe de Estado da Cidade do Vaticano, uma cidade-estado soberana enclavada por Roma.

TÍTULOS GERALMENTE ASSOCIADOS ÀS IGREJAS ORIENTAIS

ARCEDIAGO-  etimologicamente, é um "arquidiácono". Trata-se de um título, desta vez, e não de uma função. É dado a certos sacerdotes, principalmente, nas Igrejas de ritos orientais. Na Igreja Latina, não é muito comum.

ARCIPRESTE- etimologicamente, é um "arqui-sacerdote". Outro título dado a certos sacerdotes, notadamente no Oriente. No Ocidente, é o título de alguns párocos que, eventualmente, sejam Bispos (como o pároco da Basílica de São Paulo Extra-muros, em Roma, que é sempre um Bispo e monge beneditino).

PATRIARCA - são normalmente títulos possuídos por alguns líderes das Igrejas Católicas Orientais sui juris, que, com os seus Sínodos, constituem a instância suprema para todos os assuntos dos Patriarcados Orientais, não excluído o direito de constituir novas eparquias e de nomear Bispos do seu rito dentro dos limites do território patriarcal, salvo o direito inalienável do Papa de intervir em cada caso. Estes patriarcas são eleitos pelos seus respectivos sínodos e depois reconhecidos pelo Papa. Ao todo, existe na Igreja Católica seis Patriarcas Orientais: Patriarca Católico Copta de Alexandria Patriarca Católico Sírio de Antioquia Patriarca Greco-Melquita de Antioquia, Jerusalém, Alexandria, e de todo o Oriente Patriarca Católico Maronita de Antioquia Patriarca Caldeu da Babilônia Patriarca Católico Armênio da Cilícia Na Igreja Latina, alguns grandes e importantes prelados recebem também o título de Patriarca, apesar de o título ser apenas honorífico e não lhes conferirem poderes adicionais. Logo, eles não têm o mesmo poder do que os Patriarcas Orientais. Entre os Patriarcas latinos contam-se o Patriarca Latino de Jerusalém, o Patriarca das Índias Orientais, o Patriarca de Lisboa e o Patriarca de Veneza. Os Patriarcas, quer sejam do rito latino ou do rito oriental gozam de precedência, ainda que apenas a título honorífico, relativamente a todos os Arcebispos (incluindo os Primazes).


2 comentários: