"É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. Não
ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido."
(Nossa Senhora em Fátima, outubro
de 1917)
O QUE É O PECADO?
“O pecado é ofensa a
Deus: "Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus
olhos" (Sl 51,6). O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia
dele os nossos corações. Como o primeiro pecado, é uma desobediência, uma revolta
contra Deus, por vontade de tornar-se "como deuses", conhecendo e
determinando o bem e o mal (Gn 3,5). O pecado é, portanto, "amor de si
mesmo até o desprezo de Deus".” (CIC §1850)
A doutrina católica distingue o pecado em 3
categorias: o pecado original, o pecado mortal e o pecado venial.
“O homem, quando peca, diz a Deus com as suas obras: Afasta-Te de mim,
não Te quero obedecer, nem servir, nem reconhecer por meu Senhor, nem ter por
meu Deus. O meu Deus é o prazer, o interesse, a vingança.” (Santo Afonso de Ligório)
PECADO
ORIGINAL
“De que maneira o pecado
de Adão se tornou o pecado de todos os seus descendentes? O gênero humano
inteiro é em Adão "como um só corpo de um só homem". Em virtude
desta "unidade do gênero humano", todos os homens estão implicados no
pecado de Adão, como todos estão implicados na justiça de Cristo. Contudo, a
transmissão do pecado original é um mistério que não somos capazes de
compreender plenamente. Sabemos, porém, pela Revelação, que Adão havia recebido
a santidade e a justiça originais não exclusivamente para si, mas para toda a
natureza humana: ao ceder ao tentador, Adão e Eva cometem um pecado pessoal,
mas este pecado afeta a Natureza humana, que vão transmitir em um estado
decaído. É um pecado que será transmitido por propagação à humanidade inteira,
isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada da santidade e da
justiça originais. E é por isso que o pecado original é denominado
"pecado" de maneira analógica: é um pecado "contraído" e
não "cometido", um estado e não um ato.” (CIC §404)
EFEITOS DO BATISMO EM RELAÇÃO AO PECADO
Apaga totalmente da alma o pecado original e todos os pecados atuais,
antes cometidos; esses pecados não são apenas cobertos, mas apagados de fato, e
de forma definitiva. Assim o definiu expressamente o Concílio de Trento.
Perdoa toda a pena devida pelos pecados, tanto a temporal como a
eterna. De modo que se um pecador recebe o Batismo no momento da morte, entra
imediatamente no Céu, sem passar pelo Purgatório. Foi o que ensinou o Concílio
de Florença e o de Trento definiu.
Quanto às crianças mortas
sem Batismo, a liturgia da Igreja convida-nos a ter confiança na misericórdia
divina e a orar pela salvação delas.
DIFERENÇA ENTRE PECADO MORTAL E VENIAL
“Considerando o pecado, ademais, sob o aspecto da pena que implica, Santo Tomás com outros
doutores, chama mortal ao pecado que, se não for remido, faz
contrair uma pena eterna; venial,
ao pecado que merece uma simples pena temporal (quer dizer, parcial e expiável
na terra ou no Purgatório).” (Papa João Paulo II, 2 de Dezembro de 1984)
PECADO VENIAL
“Comete-se um pecado
venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei
moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem
pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.” (CIC §1862)
Apesar e não ser
estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é vivamente
recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular de nossos pecados
veniais nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências,
a deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. (CIC §1458)
O pecado venial
enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados;
impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral;
merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem
arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado
venial não quebra a aliança com Deus. É humanamente reparável com a graça de
Deus. "Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade
nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna."
O homem não pode,
enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os pecados leves.
Mas esses pecados que chamamos leves, não os consideras insignificantes: se os
consideras insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los. Um grande número
de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas enche um
rio; um grande número de grãos faz um montão. Qual é então nossa esperança?
Antes de tudo, a confissão... (CIC §1863)
PECADO MORTAL
“Não podemos estar unidos
a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a
Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós
mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu
irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo
nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados
dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos
pequenos que são seus irmãos. Morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido
dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do
Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão
definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com
a palavra "inferno".” (CIC §1033)
CONDIÇÕES PARA SE PECAR MORTALMENTE
Todo o pecado é uma
transgressão da lei de Deus; mas, para ser mortal, é necessário que essa
transgressão corresponda a três condições; faltando ainda que seja uma só
delas, já não é mortal.
A
transgressão deve ser:
1) Em
matéria grave. Isto sucede quando se viola um ponto importante da Lei de Deus. “A matéria grave é
precisada pelos Dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico:
"Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso
testemunho, não dó fraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe" (Mc 10,19). A
gravidade dos pecados é maior ou menor: um assassinato é mais grave que um
roubo. A qualidade das pessoas lesadas é levada também em consideração. A violência
exercida contra os pais é mais grave que contra um estranho.” (CIC §1858)
2) Com plena
advertência. Há plena advertência, quando sabemos que o que estamos para fazer
ou para omitir é gravemente proibido ou ordenado. Não é necessário pensar no
mal do pecado; basta saber que se faz coisa gravemente má. Falta a plena
advertência quando se age por distração, com o espírito confuso, entre o sono e
a vigília, etc. Nestes casos o pecado já não é mortal. Se a advertência falta
completamente, não há pecado algum;
3) Com
consentimento deliberado; isto é, quando se sabe que uma coisa é má, e, todavia, se faz
voluntariamente. As paixões, e especialmente o temor, a ira, a provocação grave
podem diminuir a força da vontade, atenuando a culpa, e torná-la à vezes até
venial. Falta também o consentimento deliberado quando alguém age constrangido
pela violência física. (exemplo: uma mulher que foi estuprada não pecou cometeu
pecado).
PECADOS GRAVES CITADOS NO CATECISMO
- Ato sexual fora do
Matrimônio, assim como masturbação e adultério.
- Blasfêmia contra o
Espírito Santo (quem se nega a acolher a misericórdia de Deus)
- Blasfêmia (proferir
contra Deus interior ou exteriormente - palavras de ódio, de ofensa, de
desafio, em falar mal de Deus, faltar-lhe deliberadamente com o respeito ao
abusar do nome de Deus). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra
a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas.
- Homicídio (O assassino
e os que cooperam voluntariamente com o assassinato cometem um pecado que clama
ao céu por vingança. Preocupações de eugenismo ou de higiene pública não podem
justificar nenhum assassinato, mesmo a mando dos poderes públicos.)
- Inveja (Quando
deseja um grave mal ao próximo, é um pecado mortal)
- Ira (Se a cólera
chega ao desejo deliberado de matar o próximo ou de feri-lo com gravidade)
- Maldade (O
pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.)
- Mentira (A
gravidade da mentira se mede segundo a natureza da verdade que ela deforma, de
acordo com as circunstâncias, as intenções daquele que a comete, os prejuízos
sofridos por aqueles que são suas vítimas. Embora a mentira, em si, não
constitua senão um pecado venial, torna-se mortal quando fere gravemente as
virtudes da justiça e da caridade.)
- Ódio (O ódio ao
próximo é um pecado quando o homem quer deliberadamente seu mal. O ódio ao
próximo é um pecado grave quando se lhe deseja deliberadamente um grave dano.)
- Sacrilégio (profanar
ou tratar indignamente os sacramentos e as outras ações litúrgicas, bem como as
pessoas, as coisas e os lugares consagrados a Deus. O sacrilégio é um pecado
grave, sobretudo quando cometido contra a Eucaristia, pois neste sacramento o
próprio Corpo de Cristo se nos torna substancialmente presente.)
- Transgressão da
obrigação de participar da Eucaristia nos dias de preceito (a não ser por
motivo grave)
EFEITOS DO PECADO MORTAL NA ALMA DO PECADOR
“O pecado mortal destrói
a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus;
desvia o homem de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo
um bem inferior.”
O pecado venial deixa
subsistir a caridade, embora a ofenda e fira.
“O pecado mortal é uma
possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a
perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado
de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o
perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no
inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre,
sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave,
devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de
Deus.” (§1855 e 1861)
Por um só pecado mortal:
- Milhões de anjos do Paraíso
converteram-se em horríveis demônios, por toda a eternidade.
- Foram expulsos do Paraíso
terrestre os nossos primeiros pais, Adão e Eva, submergindo a humanidade num
mar de lágrimas e doenças, guerras e mortes.
- Serão mantidos no Inferno, por
toda a eternidade, os culpados a quem a morte surpreende em pecado mortal.
Eis os
efeitos que o 'pecado mortal' produz na alma do pecador:
1. Perda da Graça santificante,
das virtudes infusas e dons do Espírito Santo.
Priva a alma da Graça de Deus e da amizade de Deus.
Priva a alma da Graça de Deus e da amizade de Deus.
2. Perda de presença amorosa da
Santíssima Trindade na alma.
3. Perda dos méritos adquiridos em
toda a vida passada, tornando-a incapaz de adquirir novos méritos.
4. Feiíssima mancha na alma, que a
deixa tenebrosa e horrível, à Visão Divina.
5. Torna a alma escrava de
Satanás, aumento das más inclinações e remorsos de consciência.
6. Fá-la merecer o Inferno, e
também os castigos desta vida.
O pecado mortal é o Inferno em
potência. É um verdadeiro suicídio da alma e da vida da Graça de Deus em nós.
MORTE EM PECADO MORTAL
“O ensinamento da Igreja
afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em
estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde
sofrem as penas do Inferno, "o fogo eterno". A pena principal do
Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em quem o homem
pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.”
(CIC §1035)
O Papa Gregório X que presidiu o
Concílio de Lyon II em 1274 declarou ex-catedra
que: ”As
almas daqueles que morrem em pecado mortal ou apenas com o pecado original, em
qualquer caso, descem imediatamente ao inferno, embora punidos com diferentes
castigos.” (Denzinger, Fontes do Dogma Católico) afirmação que foi repetida
pelo Papa João XXII em 1321.
É BOM PREPARAR-SE PARA UMA SANTA MORTE
Ensina o catecismo: “A
Igreja nos encoraja à preparação da hora de nossa morte "Livra-nos,
Senhor, de uma morte súbita e imprevista": antiga ladainha de todos os
santos, a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós "na hora de nossa
morte" (oração da "Ave-Maria") e a entregar-nos a São José,
padroeiro da boa morte:
“Em todas as tuas ações, em todos os teus pensamentos deverias
comportar-te como se tivesses de morrer hoje. Se tua consciência estivesse
tranqüila, não terias muito medo da morte. Seria melhor evitar o pecado que
fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã?” (Imitação de Cristo)
“Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual
homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles
que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não
lhes fará mal.” (São Francisco de Assis)”
VISÕES DO INFERNO
Santa Faustina descreveu o inferno como segue:
"Hoje fui dirigida por um Anjo aos abismos do
inferno. É um lugar de grande tortura; como terrivelmente grande e extenso é!
As espécies de torturas eu vi:
·A primeira
tortura que constitui o inferno é a perda de Deus;
·Segunda é o
remorso perpétuo da consciência;
·Terceira é que
aquela condição nunca mudará;
·Quarta é o
fogo que penetrará na alma sem destruí-la—um sofrimento terrível, como é um
fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus;
·Quinta tortura
é a escuridão ininterrupta e um terrível e sufocante odor. Apesar da escuridão,
os demônios e as almas dos condenados vêem todos os males, os próprios e dos
outros;
·Sexta tortura
é a companhia constante de Satanás;
·Sétima é o
desespero horrível, aversão de Deus, palavras vis, maldições e blasfêmias.
Estas são as torturas sofridas por todos os
condenados, mas isto não é o fim dos sofrimentos. Há torturas especiais dos
sentidos. Cada alma sofre sofrimentos indescritíveis, terríveis, relacionados à
maneira com que se pecou. Há cavernas e fossas de tortura onde uma forma de
agonia difere da outra. Teria morrido na mesma visão destas torturas se a
onipotência de Deus não tivesse me apoiado. Escrevo isto no comando de
Deus, de modo que nenhuma alma pode
achar uma desculpa por dizer não há inferno, nem que ninguém jamais esteve lá e
por isso não se pode dizer como ele é".
“Tenhamos sempre horror ao pecado
mortal e nunca deixemos de caminhar na estrada da santa eternidade.” (Padre
Pio)
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