“Que farás, Senhor, para vencer a obstinada
indiferença dos homens? Teu Coração não encontra neles mais que dureza,
esquecimento, desprezo, ingratidão. Tu te esgotaste neste Mistério de Amor; Tu
foste tão longe que, como dizem os Santos Padres, chegaste onde podia chegar o
teu Poder.
Se os contatos divinos com tua Sagrada Carne não
conseguem destruir tudo o que me distrai e seduz, em vão poderei esperar um
outro remédio de maior força.
A tão grande calamidade, somente uma saída
encontro: dá-me outro coração, um coração dócil, um coração sensível, um
coração que ame incondicionalmente, um coração que não seja de mármore nem de
bronze; concede-me, Senhor, o teu próprio Coração!
Este Coração que se encontra ainda com os mesmos
sentimentos e sobretudo sempre abrasado de amor pelos homens; sempre sensível
aos nossos males; sempre desejoso de fazer-nos participantes de seus tesouros e
de dar-se a si mesmo; sempre disposto a receber-nos e a servir-nos de asilo,
mansão, de paraíso, já nesta vida. Este Coração que ama e não é amado, e nem
sequer seu amor é conhecido, porque não se dignam os homens a receber os dons
que lhes doa para conhecê-lo, nem escutar as amáveis e íntimas manifestações
que quer fazer aos nossos corações.
Vem, então, amável Coração de Jesus, vem e
coloca-te no centro do meu peito, e nele acende um braseiro de amor tal que me
leve ininterruptamente a corresponder, de algum modo, ao meu dever de amar-te
sempre e cada vez mais.
Deus meu, ama a Jesus que está em mim na medida em
que me amou a mim Nele. Faz com que eu não viva senão para Ele e por Ele a fim
de chegar a viver eternamente com Ele no Céu. Amém”.
(São
Claudio de la Colombière )
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