JUÍZO
PARTICULAR
A morte põe fim à vida do homem como
tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo.
O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final
com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a
retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras
e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom
ladrão assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último
da alma pode ser diferente para uns e outros.
Cada homem recebe em sua alma imortal a
retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca
sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja
para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato
para sempre. (CIC §1021 e §1022)
JUÍZO FINAL
O Juízo Final acontecerá por ocasião da
volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele
decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará
então sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o
sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e
compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá
conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de
Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor
é mais forte que a morte. (CIC §1040)
A RESSURREIÇÃO DA CARNE
Quem irá ressuscitar?
Nos diz São Paulo que “assim como todos morreram em Adão, todos serão
vivificados em Cristo”( I Cor 15,22). Todos, bons e maus hão de ressurgir dos
mortos, mas nem todos terão a mesma sorte, “os que praticaram o bem,
ressurgirão para a vida, os que praticaram o mal, ressurgirão para a
condenação”(Jo 5,29).
Os que morreram em
Cristo, nos diz São Paulo," ressuscitarão primeiro, e os que ficam serão
arrebatados, por sobre as nuvens, para ir de encontro a Cristo nos ares”(I Tes
4,16).
Santo Ambrósio nos
diz: “Nesse arrebatamento sobrevirá a morte. À semelhança de um sono, a alma se
desprenderá para voltar ao corpo no mesmo instante. Ao serem arrebatadas
morrerão. Chegando, porém, diante do Senhor, novamente receberão sua almas, em
virtude da própria presença do Senhor, porquanto não pode haver mortos na
companhia do Senhor”( Aug. de Civ. Deis XX 20)
COMO SERÃO OS CORPOS GLORIOSOS?
Os corpos dos
ressuscitados terão propriedades, à semelhança do corpo ressuscitado de Cristo,
portanto ser-lhe-á restituído tudo o que pertença a integridade da natureza, os
dons, as excelências do homem como tal .
Entre os dons dos
corpos ressuscitados dos santos , segundo São Tomás e o catecismo Romano,
estão:
Impassibilidade: Dom especial cuja
virtude é impedir que os corpos sintam qualquer dor, sofrimento ou incômodo.
“Semeia-se o corpo na corrupção, diz o Apóstolo, e ressurgirá na
incorruptibilidade” (I Cor. XV, 42). A impassibilidade não é comum aos
condenados, cujos corpos podem, apesar de imperecíveis, podem padecer de todas
as formas de sofrimento.
Claridade: Dom especial pelo
qual os corpos dos Santos refulgirão como o sol. Esta claridade é um certo
resplendor comunicado ao corpo pela suma bem-aventurança. Diz Nosso Senhor: “Os
justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai” (Mat. XIII, 43). Esse é
o dom que às vezes o Apóstolo chama de “glória”.
Mas não devemos crer
que todos sejam dotados da mesma claridade, como o serão da mesma
incorruptibilidade. O fulgor do corpo ressuscitado será proporcional à
santidade da alma. Diz São Paulo: “Uma é a claridade do sol, outra a das
estrelas. Com efeito, uma estrela difere da outra em claridade. Assim
acontecerá na ressurreição dos mortos” (I Cor XV, 41-42). Esta claridade é um
certo resplendor comunicado ao corpo pela suma bem aventurança da alma. Vem a
ser a participação da felicidade, de que goza a própria alma, pois nela recai
uma parcela da felicidade divina.
Sutileza: O corpo ficará
inteiramente sujeito ao império da alma, prestando-lhe serviço, e executando
suas ordens com prontidão. “Semeia-se um corpo animal, ressuscitará um corpo
espiritual” (I Cor. XV, 44). É bem notar que a sutilidade, de modo nenhum,
implica que o corpo ressuscitado deixe de ser matéria para se converter em
espírito; é matéria autêntica, contudo matéria mais intensamente penetrada pelo
espírito; o que quer dizer: enriquecida de qualidades mais nobres dos que as
que possui atualmente.
A expressão paulina
“corpo espiritual” não significa senão corpo de matéria em que o Espírito Santo
expande plenamente a vida e glória de Deus.
Explica Santo
Agostinho: “Assim como o espírito, servindo à carne, é, com razão, dito carnal,
assim a carne, servindo ao espírito, é adequadamente chamada espiritual, não
porque se torne espírito, como julgam a alguns baseados em I Cor. XV...; mas
porque se sujeitará ao espírito numa suma e admirável prontidão para
obedecer... removido todo sentimento de dor, toda corruptibilidade e lentidão.
Não somente o corpo não será tal como é agora no melhor estado de saúde, mas
nem mesmo tal como foi nos primeiros homens antes do pecado.” (De civ. Dei 13,
20).
Agilidade: Devido ao dom da
sutileza, poderão se mover para onde a alma queira. No Cristo ressuscitado
tem-se claro exemplar de tal prerrogativa: com admirável facilidade o Senhor se
transpunha de uma região a outra da Palestina.
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