sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Defender a cidade de tua alma
"Ó
filho caríssimo, a cidade da alma tem muitas portas. Três as principais:
memória, Inteligência e vontade. O criador permitiu que todas elas possam ser
atacadas, mas apenas uma não pode ser aberta pelo lado de fora, e esta é a vontade.
Assim
acontece que algumas vezes a inteligência se obscurece e a memória passa a
lembrar realidades vazias e passageiras, com numerosas e diversificadas
imaginações, pensamentos desonestos e coisas semelhantes, enquanto todos os
sentimentos corporais ficam desordenados e arruináveis. Com isto percebe-se que
estas portas não dependem de nosso livre controle. Somente a porta da vontade
está sob nosso poder e tem como guarda o livre-arbítrio. É uma porta tão
robusta, que demônio e pessoa alguma podem abri-la, se o seu guarda não
consentir. Mas abrindo-se esta porta, ou seja, sendo dado o consentimento ao
que a memória, a inteligência e outras portas sentem, para sempre fica
desprotegida nossa cidade.
Reconheçamos
pois, filho, reconheçamos o grande benefício e desmedido amor que recebemos de
Deus, dando-nos posse livre de tão nobre cidade. Esforcemo-nos em pôr junto ao
livre-arbítrio um bom e nobre guarda, que é o cão da consciência. Quando alguém
se aproxima da porta, latindo ele acorda a razão para que a inteligência veja
se é amigo ou inimigo. Então o livre-arbítrio deixará entrar os amigos, para
que realizem boas e santas inspirações; mas expulsará os inimigos, fechando a
porta da vontade para que não consinta as más imaginações que diariamente se
aproximam da porta.
Assim
fazendo, quando o senhor te pedir, prestarás contas a Ele, poderás entregar a
cidade salva e adornada com muitas virtudes através da sua graça."
(Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja)

quinta-feira, 28 de junho de 2012
O outro lado de Bento XVI
Amanhã celebraremos a solenidade de São Pedro e São Paulo e, também, o Dia do Papa.
Assista a esse pequeno documentário. Ele mostra alguns bastidores da vida de Bento XVI e todo seu empenho na missão de apascentar as ovelhas de Cristo na Terra. Oremos sempre pelo nosso Santo Padre, um homem apaixonado pela Verdade.
Vale a pena assistir!
Assista a esse pequeno documentário. Ele mostra alguns bastidores da vida de Bento XVI e todo seu empenho na missão de apascentar as ovelhas de Cristo na Terra. Oremos sempre pelo nosso Santo Padre, um homem apaixonado pela Verdade.
Vale a pena assistir!

Amar a Esposa de Cristo
“Todos os que no mundo inteiro tem o nome de
cristão e conhecem verdadeiramente a fé cristã, sabem e creem que São Pedro, o
príncipe dos apóstolos, é o pai de todos os cristãos e o primeiro pastor,
depois de Cristo, e que a Santa Igreja Romana é a mãe e mestra de todas as
Igrejas”.
São Gregório Magno
Papa e Doutor da Igreja
A Igreja está fundamentada em Cristo e
sobre os apóstolos e profetas (Ef 2,20; Ap 21,14), tendo São Pedro Apóstolo– o
primeiro papa – e São Paulo Apóstolo o primeiro e grande missionário como
também o maior teólogo da Igreja de todos os tempos. A festa, ou melhor, a
solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo no dia 29 de junho é nossa
celebração de agradecimento a Jesus Cristo pelo Seu grande presente para nós e
para Sua santa Igreja. Nesta data também comemoramos o Dia do Papa, o nosso
amado Pastor Universal.
A Igreja é o corpo de Cristo (Ef
1,22-23) e Sua noiva (Ef 5, 25 – 27; Ap 22,17). Ela foi fundada pelo próprio
Jesus (Mt 16, 18: At 4,11). Ela pertence ao Senhor Jesus, e está sendo
construída por Ele (Mt 16,18). Jesus chama a Igreja de “Minha Igreja”.
Ele deu a Pedro, e aos seus sucessores, as chaves da Igreja e,
consequentemente, as chaves do reino dos céus (Mt 16,19). Ela tem a autoridade
de Jesus par a ligar e desligar, e para atacar e derrubar as portas do inferno
(Mt 16, 18 – 19). É a “família de Deus” (Ef 2,19), bem como “a coluna
e o sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15). É a Igreja povo de Deus (1 Pd
2,9.10).
A Igreja é “a plenitude d’Aquele que
preenche o universo em todas as suas partes”
(Ef 1,23). Nosso Senhor exalta a Igreja por se identificar com ela. Ele
proclama que, se ouvirmos a Igreja, nós ouviremos a Ele (Lc 10, 16), e, se a
perseguimos, estaremos perseguindo a Ele (At 9,4). Considerando o que o Senhor Jesus
nos revelou sobre Sua Igreja, devemos amá-la como Jesus o faz, e dar nossa vida
por ela (Ef 5,25).
“Mas
para que não nos deixemos enganar pelo anjo das trevas, transfigurado em anjo
da luz, seja esta a suprema lei do nosso amor, amar a Esposa de Cristo tal como
Cristo a quis e a adquiriu com seu sangue. Portanto não só devemos amar
sinceramente os sacramentos, com que a Igreja, mãe extremosa, nos sustenta, e
as solenidades com que eleva as nossas almas às coisas do céu, mas também os
sacramentos e os vários exercícios de piedade com que suavemente impregna do
Espírito de Cristo e conforta as almas. Realmente não há coisa mais gloriosa,
mais honrosa, mais nobre, que fazer parte da Igreja, santa, católica,
apostólica, Romana, na qual nos tornamos membros de tão verdadeiro Corpo; nos
governa uma tão excelsa Cabeça; nos inunda o mesmo Pão dos Anjos nos alimenta
neste exílio terreno, até que finalmente vamos gozar no céu da mesma
bem-aventurança sempiterno” (Papa Pio XII. Encíclica Mystici Corporis).
A Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo no século XXI é parte fundamental da religião do amor, da revolução
mística abissal e do ecumenismo evangélico e social.
O século XXI é considerado o século da
revelação da verdade, e a Igreja é o ícone da verdade libertadora de todo o
sistema de escravidão e perdição.
Amar Jesus Cristo é amar a Sua Igreja e
caminhar com ela na realização da sua missão evangelizadora do Reino de Deus.
(Pe. Inácio José do Vale, professor de História da Igreja)

quarta-feira, 27 de junho de 2012
REC – Reflexões e Estudos CATÓLICOS (27/06/2012) - Tema: PATRÍSTICA
O QUE É
PATRÍSTICA?
O termo técnico Patrística
aplica-se à era dos Padres da Igreja, sua época e suas obras.
O título cristão de "Pai/Padre" aplica-se aos homens que
foram considerados Pais espirituais dos Cristãos. Foram homens que ouviram a
pregação dos Apóstolos, foram seus discípulos, por eles instituídos Bispos da
Igreja e guardavam de cabeça a doutrina apostólica. Após a morte dos Santos
Apóstolos, eram considerados a única
referência segura quanto à Sã Doutrina, tornando-se os novos Pais
espirituais dos cristãos, não só pela pregação mas também porque através do
batismo inseriam as pessoas na Igreja.
A fé transmitida pelos Santos Padres gozava de imensa
credibilidade e foi base para a teologia da Igreja.
O estudo da fé dos Santos Padres é de fundamental importância para
todo cristão que deseja estar posse de fé comum da Igreja Primitiva. Nosso
Senhor Jesus Cristo orou ao Pai pela união dos Cristãos (cf. Jo 17, 6-24 ).
Assim, todo cristão tem a obrigação de buscar a unidade da fé; e o primeiro
passo para isto é conhecendo a antiga fé
dos cristãos, deixada pelos Santos Apóstolos e assegurada pelos Pais da
Igreja. Passo seguro para a unidade dos cristãos é estar de posse do que nos
era comum, ter conhecimento e professar a fé da Igreja indivisa.
Comete grave erro todo aquele que se nega a professar a antiga fé,
depósito precioso deixado pelos Santos Apóstolos e tão bem defendido pelos
Santos Padres.
QUEM
FORAM OS SANTOS PADRES?
A Igreja conta com 93 Santos Padres.
Chamamos de «Padres da Igreja» aqueles grandes
homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no
Oriente e no Ocidente como que «Pais» da Igreja, no sentido de que foram eles
que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa
forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica.
Alguns foram papas. A maioria eram bispos. Mas
havia também sacerdotes, diáconos e até leigos. Podemos tomar como exemplo:
S. Clemente de Roma (†102), Papa de Roma (88 - 97)
Santo Inácio de Antioquia (†110)
São Policarpo (†156)
Orígenes de Alexandria (184 - 254)
Tertuliano de Cartago (†220)
São Cirilo de Jerusalém, bispo (315 - 386)
São Jerônimo ( 348 - 420), presbítero, Itália
São João Crisóstomo - (349 - 407), bispo
Santo Agostinho - (354 - 430), bispo
São Leão Magno (400 - 461), papa de Roma - Toscana,
Itália
LIGAÇÃO
ENTRE PATRÍSTICA E TRADIÇÃO DA IGREJA
A Sagrada Tradição não foi conservada pela Igreja apenas
oralmente, mas também foi sendo vertida por escrito pelas gerações que
sucederam os santos apóstolos.
Mesmo durante a era apostólica, muitos já queriam se separar da
Igreja, pregando um Evangelho diferente. Mas todas estas heresias caíram por
terra, por causa do testemunho vivo dos Apóstolos. Com a morte dos Apóstolos,
seus legítimos sucessores se preocuparam em escrever aquilo que os Apóstolos não deixaram por Escrito, para
combater heresias nascentes, e para deixar para a posteridade a memória cristã.
Veja um testemunho primitivo:
"Em primeiro lugar [Inácio de Antioquia], acautelava-se a conservar firmemente a
tradição dos apóstolos que, por segurança, julgou necessário fixar ainda por escrito. Estava já prestes a ser
martirizado." (História Eclesiástica Livro III, 36,4. Eusébio de Cesaréia,
+ ou - 317 d.C).
Ou seja, graças aos Santos Padres temos por escrito o ensinamento
transmitido pelos Apóstolos, que é a base da Tradição da Igreja.
A Igreja Católica não se guia apenas pela Bíblia (a Revelação
escrita), mas também pela Revelação oral que chegou até nós. Sem esta última, nem mesmo a Bíblia existiria como a
temos hoje, já que ela foi berçada e redigida pela Igreja.
“Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos
deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (Dei Verbum, 8). Como então, dispensar a Tradição na sua
interpretação? Como aceitar a existência
da fruta e negar a árvore que a gerou?
O Catecismo (66) ensina que: “embora a Revelação já esteja
terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã captar
gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos.”
Assim, afirma o Concílio Vaticano II, através do documento Dei Verbum: “[...] não é através da
Escritura apenas que a Igreja consegue sua certeza a respeito de tudo o que foi
revelado. Por isso ambas – Escritura e Tradição – devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e
reverência.”
O LEGADO DOS
SANTOS PADRES
Os escritos dos Santos Padres da Igreja dividem-se basicamente em dois
tipos:
1) Escritos que relembram a Tradição
recebida dos apóstolos e a defendem contra as heresias. Nesta primeira
categoria encontram-se escritos eclesiológicos, sobre o batismo, sobre o
ministério dos pastores, sobre o matrimônio, etc.
2) Tratados teológicos.
Quando os cristãos necessitavam em desenvolver um entendimento melhor da fé,
muitos tratados teológicos foram propostos, até que se chegasse a uma solução
definitiva. Nesta segunda categoria encontram-se escritos que ajudaram os
sucessores dos apóstolos a traçarem os rumos teológicos do Cristianismo.
Os escritos cristãos desenvolveram desde o fim do séc. I um
papel central e importante, em muitos aspectos fundamentais para a vida dos
cristãos e para a doutrinação do
cristianismo nos setores litúrgico, canônico, doutrinário e teológico ao
longo dos séculos, estes escritos sejam eles de caráter canônico (Bíblico) ou
não, favoreceram a vida e prática dos cristãos em comunidade.
As obras dedicadas à apologética, doutrina, liturgia, e
principalmente as que ajudaram na elaboração e doutrinação de dogmas e ensinos
cristãos a luz das Escrituras e da tradição Patrística, foram de extrema
importância para a cristianização das
verdades não explícitas biblicamente e comprovadas pela Tradição.
A “PROVA
PATRÍSTICA”
Devido à importância que os Santos Padres tinham como testemunhas
privilegiadas do Depositum Fidei (Depósito da Fé) da Santa Igreja, esta
desenvolveu o conceito da "prova patrística".
A prova patrística foi utilizada pela primeira vez por São Basílio Magno, que acrescentou em
sua obra "O Espírito Santo"
uma lista de Padres da Igreja para apoiar sua opinião doutrinária sobre o
Espírito Santo. Esta obra de São Basílio serviu de base para o Concílio de
Constantinopla declarar o dogma da Divindade do Espírito Santo. Vemos que foi a fé dos Santos Padres que
foi usada para o fundamento da fé que hoje temos na Divindade do Espírito Santo,
pilar fundamental da doutrina da Santíssima Trindade.
Santo Agostinho serve-se também da prova patrística a partir de
412, especialmente na controvérsia contra o pelagianismo.
São Cirilo de Alexandria também se utilizou dela durante o
Concílio de Éfeso, lendo as obras dos Santos Padres, fazendo com que o Sínodo aceitasse oficialmente o título Theotókos
(Mãe de Deus) para a Virgem Maria.
O uso constante da prova patrística como verificação da autenticidade da fé fez com que São Vicente de
Lérins criasse o clássico conceito de "magistri
probabiles" em
seu Communitorium
(434), desenvolvendo a teoria da prova Patrística.
PATROLOGIA:
MOTIVO DE CONVERSÃO
A Patrologia trata
necessariamente de um ramo da teologia cujo núcleo essencial são dos Padres da
Igreja e seus escritos no sentido eclesial, assim é a ciência que trata a literatura cristã antiga em todos os
seus aspectos e com todos os métodos apropriados.
Muitos pastores evangélicos tem se convertido ao catolicismo
através do estudo das obras dos Santos Padres (patrologia). Podemos dar como
exemplo o escritor e ex-pastor Scott Hann (autor dos livros “O banquete do
Cordeiro” e “Todos os caminhos vão dar em Roma”), que aponta o estudo dos
Santos Padres como fundamento essencial de sua conversão à Igreja Católica.
TRECHO DA
CARTA APOSTÓLICA PATRES ECCLESIAE DO
SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II
"Na
verdade; foram "padres" ou pais da Igreja porque deles, mediante o
Evangelho, recebeu ela a vida. E
também seus construtores, porque deles — sobre o fundamento único colocado
pelos Apóstolos, que é Cristo — a Igreja de Deus foi edificada nas suas
estruturas fundamentais.
Da vida recebida dos seus pais ainda hoje vive a
Igreja; e sobre as estruturas postas pelos seus primeiros
construtores ainda hoje é edificada,
na alegria e na pena do seu caminho e do seu trabalho quotidiano.
Padres ou
pais foram, e pais continuam a ser para
sempre: eles mesmos, de fato, são estrutura estável da Igreja, e, em favor
da Igreja de todos os séculos, exercem uma função perene. De maneira que todo o
anúncio e magistério seguinte, se quer
ser autêntico, deve pôr-se em confronto com o anúncio e o magistério deles;
todo o carisma e todo o ministério deve
beber na fonte vital da paternidade deles; e toda a pedra nova,
acrescentada ao edifício santo que todos os dias cresce e se amplifica, deve colocar-se nas estruturas já por eles
postas e a elas soldar-se e ligar-se."

terça-feira, 26 de junho de 2012
Unidos a Cristo por um martírio incruento
Estando
próxima a solenidade de São Pedro e São Paulo, meditamos profundamente acerca
do que consiste entregar a vida por inteiro a Nosso Senhor.
Esses
grandiosos apóstolos, colunas da Igreja, receberam a honra de serem
martirizados por causa de Cristo. Foram firmes até o fim e seu sangue derramado
semeou inúmeros novos cristãos.
Impressionam-nos
os relatos dos primeiros cristãos, que desejavam ardentemente o martírio a fim
de unir-se mais rapidamente a Cristo na glória celeste. Tamanho era seu amor a
ponto de afirmarem:
“Espero poder enfrentar com alegria as feras que estão
preparando para mim, e peço a Deus que eu possa encontrá-las prontas a
lançarem-se sobre mim. Se não quiserem, eu mesmo as instigarei para que me
devorem num instante. Vocês tenham compaixão de mim. Eu sei muito bem o que é
útil para mim. Somente agora começo a ser discípulo. Não me deixo impressionar
por coisa alguma, visível ou invisível, para poder unir-me a Cristo Jesus.
Fogo, cruzes, feras, lacerações, desconjuntura de ossos, o corpo reduzido a
pedaços, as piores torturas caiam sobre mim: importante é unir-me a Jesus
Cristo. Que proveito poderão dar-me os prazeres do mundo ou os reinos da terra?
Nenhum. Para mim é melhor morrer por Jesus Cristo que reinar sobre toda a
terra. A minha vida é busca contínua daquele que morreu por nós: quero aquele
que por nós ressuscitou. Vejam, meu nascimento se aproxima. Nada melhor podeis
fazer por mim, de que deixar que eu seja sacrificado a Deus.” (Santo
Inácio de Antioquia, a caminho do martírio)
Em
nossa vida cotidiana, podemos dizer que muito raramente teremos ocasião de
sofrer um martírio cruento em nome de Cristo, pois, bem ou mal, vivemos ainda
numa mínima tolerância religiosa. (Ainda que nos dias atuais haja relatos de
países onde cristãos continuam a morrer por causa de Cristo).
De modo
geral, a oportunidade que temos no dia a dia de entregarmos nossa vida a Cristo
se dá por um martírio incruento (sem sangue). São pequenos sofrimentos
padecidos por causa do Reino. Pequenas perseguições cotidianas que nos ferem e
que podemos oferecer a Nosso Senhor como perfume agradável.
Manter
um autêntico testemunho cristão nunca foi fácil. Especialmente nos dias atuais,
permanecer fiel à Verdade se torna tarefa árdua por conta da grande ausência do
temor a Deus presente em nossa sociedade.
Tudo é
permitido. Só a felicidade importa... É esse o discurso da modernidade.
Frente
a essa realidade, devemos pedir a Nosso Senhor forças para suportar com alegria
as perseguições que deveremos enfrentar por defender a sua Divina Verdade.
Que não
temamos esse martírio! Que sejamos fortes suficientes para glorificar ao Senhor
quando esses sofrimentos sobrevierem. Assim, ainda que de uma maneira singela,
estaremos seguindo o exemplo de tantos mártires que nos precederam e, claro, de
nosso Senhor e Rei Jesus Cristo, que por nós padeceu os mais terríveis
sofrimentos.
Não
sejamos cristãos covardes! Que o testemunho dos mártires seja nossa luz e nossa
consolação.
“Este martírio da vida ordinária é um
testemunho mais do que nunca importante nas sociedades secularizadas do nosso
tempo. É a pacífica batalha do amor que cada cristão, como Paulo, deve combater
incansavelmente; a corrida para difundir o Evangelho que nos empenha até à
morte". (Papa Bento XVI, 28 de outubro de 2007)
(Tássila Maia)

segunda-feira, 25 de junho de 2012
Mulheres podem ser “acólitas”?
Acólito é um membro da Igreja Católica instituído para auxiliar o diácono e o sacerdote nas ações litúrgicas, sobretudo na celebração da missa.
Assim, o acolitato é um ministério e possui rito próprio no Cerimonial
dos Bispos.
Todavia, é importante diferenciar os tipos de acólitos:
a)
Acólitos instituídos: São os acólitos que recebem esse
serviço como ministério, de acordo com as normas da Igreja. O Cerimonial dos Bispos traz rito próprio
para a instituição deste ministério e ressalta que: "pode ser conferido a fiéis
leigos, homens, não se considerando reservado unicamente
aos candidatos ao sacramento da Ordem"
(cf. Carta Apostólica Ministeria
Quædam) . Ou seja, acólitos
instituídos são SOMENTE HOMENS que
estejam ou não preparando-se para o sacerdócio.
b)
Acólitos não instituídos: São os coroinhas ou qualquer pessoa que exerça a
função própria de um acólito, que é auxiliar o padre ou diácono na Santa Missa.
Na falta de acólitos instituídos, é totalmente lícita a atuação destes “acólitos
não-instituídos”. Para essa função, podem-se admitir homens ou mulheres, pois
não se trata de um ministério, mas somente de um auxílio. No entanto, a Igreja
recomenda vivamente que se dê preferência aos meninos/homens para esse
trabalho.
E por que a Igreja recomenda vivamente que se dê preferência aos homens?
É preciso compreender que o
ministério do acolitato está intimamente ligado com o Sacramento da Ordem
(Sacerdócio ou Diaconato).
Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu apenas homens para o Sacramento da
Ordem. É preciso desmontar o Mito de que “a Igreja pode vir a ordenar
mulheres". Ora, o saudoso Papa João Paulo II definiu que a Santa Igreja
não tem a faculdade de ordenar mulheres, quando em 1994, publicou a Carta
Apostólica "Ordinatio Sacerdotalis", que afirma explicitamente:
"Para que seja excluída qualquer
dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição
divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc
22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação
sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da
Igreja."
Trata-se de machismo? Preconceito? Desvalorização da mulher? De forma
alguma!
O Catecismo da Igreja Católica (n. 369) afirma: “Homem e mulher são
criados em idêntica dignidade, à
imagem de Deus”. Porém, tendo a mesma dignidade, homem e mulher tem diferenças de funções.
A Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
se pronunciou oficialmente sobre meninas/mulheres como auxiliares na Santa
Missa, em uma carta datada de 15 de março de 1994 (Protocolo 2482/93). Em
resumo, o documento:
- Não se opõe a que as meninas sirvam como coroinhas ou “acólitas”, se
para isso houver justas razões pastorais e se isso for feito com autorização
dos Bispos locais.
- Afirma que “sempre será muito oportuno seguir a nobre tradição do
serviço ao altar pelos meninos”, e relaciona isso à questão vocacional: “Isto,
como se sabe, permitiu inclusive um consolador desenvolvimento das vocações
sacerdotais. Portanto, sempre existirá a obrigação de continuar a sustentar
tais grupos de coroinhas.”
- Afirma que nenhum Bispo tem a obrigação de autorizar coroinhas meninas
em sua diocese – “a autorização dada a este propósito por alguns Bispos não
pode minimamente ser invocada como obrigatória para os outros Bispos.”
Pode-se concluir e pensar ainda:
1. Todo aquele que atua no ministério acólito, e for homem ou menino, em
tese pode vir a receber o Sacramento da Ordem, no Diaconato (mesmo Diaconato
Permanente) ou mesmo do Sacerdócio (salvo algum impedimento específico); isso
já é motivo razoável para que se dê prioridade aos varões nesse serviço.
2. É preciso colocar na balança que, indiretamente, meninas ou mulheres
atuarem como coroinhas ou “acolitas” tem o forte perigo de ser uma propaganda
do mito do “sacerdócio feminino”: “Ah, que bonitinhas, poderiam ser
padres”...”olha, a Igreja já permite que as meninas e mulheres sejam coroinhas,
daqui a pouco pode permitir que sejam padres...” ou ainda, as próprias meninas
(principalmente se forem mal orientadas) crescerem com o desejo de serem
“sacerdotizas”.
Respondendo à pergunta inicial: NÃO. As mulheres não podem ser
“acólitas” instituídas. Porém podem atuar nessa função na falta de um acólito
instituído. No entanto, a Igreja recomenda que se dê prioridade aos homens para
essa função, ainda que não sejam instituídos.
(Parte deste texto foi extraída do Blog Salvem a Liturgia)

domingo, 24 de junho de 2012
Evangelho Dominical - Solenidade da Natividade de São João Batista
Evangelho: Lucas 1, 57-66.80
Quem foi São
João Batista?
São João foi
filho de Santa Isabel, prima da Virgem Maria. São João Batista era aquele que
morava no deserto e pregava sobre o arrependimento dos pecados, oferecendo,
àqueles que queriam, o batismo de conversão.
Segundo o
próprio Jesus, não existe nenhum homem que seja maior que João Batista. Mas,
por quê?
Para buscar
essa resposta nos remeteremos ao Magnificat: “Deus exaltou os humildes”. E por
isso São João Batista foi exaltado, pois durante toda a sua vida buscou se
esconder para que a luz do Cristo brilhasse cada vez mais.
O maior dentre
os santos, o maior dentre os profetas, o homem que preparou os caminhos para o
Senhor. Um santo que, assim como Maria, fora profetizado pelos antigos. E,
mesmo sabendo de tudo isso, jejuou, mortificou-se e penitenciou-se durante toda
a vida. Quando se aproximara o momento de se encontrar publicamente com Jesus,
pronunciara as palavras que até hoje nos comovem: “Depois de mim vem aquele, do
qual nem mereço desamarrar as sandálias.” (At 13, 25b). Não fora por sua
pregação, por seu batismo ou por seu parentesco com Jesus que João fora
exaltado acima dos homens, mas sim por sua humildade. Foi pela soberba que o
mal nasceu e somente com a humildade é que temos força para vencê-lo.
Não nos
deixemos levar pelo inchaço do orgulho. Não façamos dos nossos dons uma vitrine
para auto-promoção. Aquele que busca elogios já recebe neles a sua recompensa. Ocultemo-nos
sob a luz de Cristo e aprendamos a viver como João: “Convém que Ele cresça e eu
diminua” (Jo 3,30).

sábado, 23 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
E o nome da Virgem era Maria
E o nome da Virgem era Maria (Lc. 1, 27). Falemos um pouco deste
nome que significa, segundo se diz, Estrela do mar, e que convém
maravilhosamente à Virgem Mãe… Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela
que devia se levantar sobre a imensidade do mar, toda brilhante por seus
méritos, radiante por seus exemplos.
E assim verificarás,
por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: “E o nome da Virgem, era Maria”.
Ó tu, quem quer que sejas, que
te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das
borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz
desta estrela.
Se o vento das tentações se
levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a
estrela, invoca Maria.
Se és balouçado pelas
vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela,
invoca Maria.
Se a cólera, a avareza, os
desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para
Maria.
Se, perturbado pela
lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua
consciência, aterrorizado pelo medo do juízo, começas a te deixar arrastar pelo
turbilhão da tristeza, a despencar no abismo do desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias,
nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.
Que seu nome nunca se
afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro
da intercessão dela, não negligencies os exemplos de sua vida.
Seguindo-A, não te
transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nela, evitarás todo
erro. Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se
Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.
(São Bernardo de Claraval)

quinta-feira, 21 de junho de 2012
Católicas? Nem de longe...
![]() |
Marcha feminista na Nicarágua |
Campanhas
a favor do aborto, incentivo ao homossexualismo, “marcha das vadias”. Cenas
como essas têm ganhado espaço na mídia e têm se tornado assunto nas redes
sociais. À frente de tudo isso estão alguns grupos da nova geração das “super
feministas”.
São compreensíveis
os esforços das mulheres de outrora que lutavam por respeito e dignidade.
Agora, atacar a moral cristã, condenar o pudor e a modéstia, denegrir a imagem
da mulher, e ainda querer sair de “mocinha” na história, ou é ingenuidade ou é
muita falta de inteligência.
Muitas
dessas “novas feministas” ainda têm a audácia de se utilizar do nome da Santa
Igreja numa tentativa desesperada de chamar a atenção. Na verdade, essas
mulheres que se dizem tão defensoras do gênero acabam satirizando elas mesmas sua
feminilidade.
Em
nome da liberdade sexual, assumem papéis ridículos. Em nome do “direito de
decidir”, agridem a dignidade humana, propagando campanhas abortistas de fracos
argumentos.
Não é
desse tipo de mulher que nossa sociedade precisa. O mundo precisa de mulheres
que assumam sua feminilidade conscientes de seu valor, e não de rebeldes que
promovem o vandalismo e o desrespeito. Na
verdade, como esperar que alguém que não respeita o próprio corpo poderá
respeitar a religião dos outros?
![]() |
O deboche de sempre |
Essa
nova geração de feministas defende uma caricatura de mulher, uma imagem que se
distancia cada vez mais do projeto de Deus para cada uma de nós.
Maria,
a mulher que melhor correspondeu à expectativa divina a nosso respeito, é
Virgem, Esposa e Mãe. Assim, assume uma verdadeira pureza, uma fidelidade
inabalável e a maternidade como dom. Nesses novos movimentos, o que vemos é uma
difusão veemente da impureza, da infidelidade e do aborto. É o inverso de nossa
vocação.
Mulheres,
não tenham medo de assumir sua identidade feminina, sua vocação para o amor. O mundo não precisa de feministas
radicais, e sim de mulheres de verdade, que não lutam contra a moral e a
religião, mas que assumem sua feminilidade com sabedoria e zelam por suas famílias,
construindo uma sociedade verdadeiramente justa.
Não
nos deixemos levar por essa ideologia feminista desvirtuada. Que as mulheres se
dêem o respeito, se amem e se preservem. Somente assim ganharão o respeito e a
admiração que merecem.
(Tássila Maia)

A cruz, ponte lançada sobre o abismo da morte
"Nosso Senhor foi
tocado pela morte, mas, em contrapartida, abriu um caminho que esmaga a morte.
Submeteu-se à morte e sofreu-a voluntariamente para a destruir, a ela, que é a
morte. Porque, seguindo a ordem da morte, nosso Senhor «saiu carregando a cruz»
(Jo 19,17). Mas gritou na cruz e tirou os mortos do inferno…
Ele é o glorioso «filho do carpinteiro» (Mt
13,55) que, fazendo da cruz qual carro, desceu à voraz garganta da morada dos
mortos e transferiu o gênero humano para a morada da vida (Col 1, 13). E, se
pela árvore do paraíso caíra o gênero humano na morada dos mortos, foi pela
árvore da cruz que passou para a morada da vida. Naquele madeiro fora enxertado
o azedume; neste, foi enxertada a doçura, para que nele reconheçamos o chefe a
quem nada do que foi criado consegue opor-se.
Glória a Vós! Lançastes a cruz como uma ponte
sobre a morte, para que os homens por ela passem do país da morte para o país
da vida... Glória a Vós! Vós vestistes o corpo do mortal Adão e dele fizestes a
fonte da vida para todos os mortais. Sim, Vós estais vivo! Porque os vossos
carrascos foram afinal semeadores: semearam a Vossa vida nas profundezas da
terra como se faz com o trigo, para que cresça e com ele faça crescer muitos
grãos (Jo 12, 24).
Vinde, façamos deste amor um imenso incensório
universal; prodigalizemos em cânticos e orações Àquele que da cruz construiu um
turíbulo à Divindade e que, a nós, com o próprio sangue cumulou de riquezas."
(Santo Efrém, Homilia sobre Nosso Senhor)

quarta-feira, 13 de junho de 2012
REC – Reflexões e Estudos CATÓLICOS (13/06/2012) - Tema: FRANCISCANISMO
"Francisco, o mundo tem saudades de ti"
(Beato João Paulo II)
A ORDEM
FRANCISCANA
A Ordem São Francisco teve início em 1209 quando,
convertido, estabeleceu para si próprio vida de intensa vivência do Evangelho,
em austera mortificação, penitência e
pobreza. A ele, juntaram-se 12 companheiros, com quem estabeleceu as
regras iniciais. Nesta mesma época,
animada e decidida a seguir seu exemplo, Santa Clara de Assis foi por São
Francisco orientada a ingressar no mosteiro beneditino de Assis e,
posteriormente foi convidada a fundar uma congregação feminina, destinada a irmãs religiosas de vida
monástica contemplativa.
Em curtíssimo espaço de tempo, o clima pela devoção
e piedade contagiou todos os segmentos da sociedade. Os leigos e mesmo pessoas
casadas, movidos pelo espírito franciscano, ardentemente desejavam abandonar-se
a Deus, de forma que São Francisco acabou fundando também a Ordem Franciscana
Secular, destinada aos casados, leigos
ou pessoas solteiras.
O Papa Inocênio III, já em 1209, havia aprovado a
Ordem verbalmente, mas foi em 1221 que a regra franciscana recebeu aprovação
canônica, firmada pelo Papa Honório III, cuja regra permanece em vigor até os
dias atuais. No decorrer do tempo, a
estrutura da congregação dividiu-se em diversas ramificações, canonicamente
estudadas e aprovadas, de forma que a Ordem Franciscana, hoje, se subdivide em
três.
PRIMEIRA
ORDEM FRANCISCANA
1. Ordem
dos Frades Menores, ou observantes (O.F.M.)
A Ordem dos Frades Menores foi fundada por São
Francisco de Assis, no ano de 1209, quando recebeu aprovação verbal do Papa
Inocênio III, e cujas regras foram canonicamente aprovadas pelo
Papa Honório III, em 1221.
Permanecem até hoje inalteradas a observância das normas, que remontam
as constituições primitivas; inclusive, documentos contendo a regra original com aprovação da Santa Sé,
encontram-se cuidadosamente guardadas no Sacro Colégio de Assis, e cuja cópia encontra-se no Vaticano.
2. Ordem
dos Frades Menores Conventuais (O.F.M.conv)
A Ordem dos Frades Menores Conventuais foi
estabelecida em meados do século XIV, precisamente no ano de 1517, como
resultado de uma inevitável divisão, causada pela divergência de convicções
entre os confrades na Congregação original,
fundada por São Francisco (Ordem dos Frades Menores, ou
observantes). Alguns anos depois, um outro grupo de frades separou-se da Ordem dos Frades Menores
Conventuais. Tinham por ideal viver estritamente a regra de São Francisco de
Assis, dentro do espírito de rigoroso cumprimento da regra original. Estava
nascendo a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (1525). Somente no ano de 1619
é que a Santa sé autorizou o grupo a ter governo próprio.
Apesar das divisões ocorridas naquele período, os
franciscanos, pouco depois, longe de estarem divididos ou rivalizados, juntos cresceram com autonomia própria que,
com o pai e fundador comum, juntos formam
a grande família franciscana, hoje
presente no mundo em inúmeras congregações femininas e masculinas, espelhadas
no ideal consolidado por São Francisco de Assis.
3. Ordem
dos Frades Menores Capuchinhos (O.F.M.cap)
A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi idealizada pelo padre Matteo de Bascio,
que julgou que o hábito e a regra habitual dos franciscanos, não condizia com o
que havia sido idealizado por São Francisco de Assis. Após formulado o pedido (1525), o Papa
Clemente VII (Giulio de Medici) autorizou-os a
usar um capucho longo e pontudo
e com estilo condizente às convicções
primitivas. No ano de 1528, o próprio Papa Clemente, desligou-os da
hierarquia que os vinculava, em subordinação,
aos franciscanos conventuais, mas a
autonomia eclesiástica com governo próprio só foi estabelecida no ano de
1619, pontificado de Paulo V (Camilo Borghese).
SEGUNDA
ORDEM FRANCISCANA
1. Ordem
das Irmãs Clarissas
A Congregação das Irmãs Clarissas pertencem à
chamada Segunda Ordem de São Francisco
de Assis. A Ordem São Francisco teve
início em 1209 quando, convertido, estabeleceu
para si próprio vida de intensa vivência do evangelho, em austera mortificação, penitência e pobreza. A ele, juntaram-se 12 companheiros,
com quem estabeleceu as regras iniciais.
Nesta mesma época, animada pelo mesmo espírito , Santa Clara de
Assis ingressou, por intermédio de São
Francisco, no convento Beneditino de
Assis. Posteriormente, foi convidada a fundar uma congregação feminina, cujas
monjas passaram a ser conhecidas por
Irmãs Clarissas. A congregação
nunca sofreu mudanças e suas regras refletem o espírito franciscano de vida
enclausurada e contemplativa. Foi o
próprio São Francisco, auxiliado por Santa Clara, quem estabeleceu
as regras monásticas para a nova Ordem, onde Santa Clara iria assumiu
como Superiora e Fundadora.
2. Ordem
das Irmãs Concepcionistas
A Congregação das Irmãs Clarissas Concepcionistas
foi fundada por Santa Beatriz da Silva.
Fazia parte da alta corte de Portugal e, quando jovem, sua extrema
formosura despertou a cobiça e gerou rivalidades entre os cortesãos. Provocou a ira da própria rainha que,
enciumada, atentou contra a vida dela, trancando-a num cofre fechado, onde dias
depois, foi encontrada ilesa. Era
devotíssima de Maria Santíssima e dotada de todas as virtudes cristãs desde a
tenra idade. Incomodada pelos tristes acontecimentos, refugiou-se para um
mosteiro de monjas beneditinas, onde permaneceu como hóspede por 30 anos, mas
nunca ingressou na congregação, apesar de adotar o mesmo modo de vida das
contemplativas.
Isabel, a Católica, ao assumir o trono real, cedeu propriedades à Santa Beatriz,. tendo
fundado, com mais doze companheiras, um mosteiro contemplativo em Santa Fé , escrevendo as
regras da então Ordem Contemplativa de Concepção Franciscana, daí o nome de
"Concepcionistas". O Papa
Inocênio VII aprovou canonicamente as regras no ano de 1489. Dois anos depois
foi a bula papal foi levada solenemente da catedral de Toledo até o mosteiro de
Santa Fé. Dias depois, Santa Beatriz
caiu gravemente enferma e faleceu naquele mesmo ano, no dia 17 de agosto.
3. Ordem
das Irmãs Capuchinhas
A Congregação das Irmãs Clarissas Capuchinhas foi
fundada em Nápoles, no século XVI.
(Todas
contemplativas enclausuradas, seguidoras de Santa Clara/ São Francisco de
Assis)
TERCEIRA
ORDEM FRANCISCANA
1.
Terceira Ordem Regular (T.O.R.)
A Terceira Ordem Regular (TOR), foi estabelecida em
1250 e é composta exclusivamente por religiosos e sacerdotes, que seguem as
regras de suas constituições franciscanas.
2.
Terceira Ordem Secular, ou Ordem Franciscana Secular (O.F.S)
À Ordem Terceira Secular, ou Ordem Franciscana
Secular (OFS), fundada em 1221 por São
Francisco, agregaram-se também sacerdotes e religiosos, além dos leigos,
casados e solteiros, acima mencionados.
Além de muitas outras famílias franciscanas, pertencem à Ordem Terceira
Secular (para leigos e casados) a Fraternidade Sacerdotal Franciscana Secular
(FSFS), Pequena Família Franciscana (PFF) e JUFRA (Juventude Franciscana).
REPERCUSSÕES
DO FRANCISCANISMO
A Igreja Católica já elegeu 12 papas franciscanos.
Entre os anglicanos existem a Comunidade
de São Francisco (para mulheres, fundada em 1905), a Sociedade
de São Francisco - SSF (para homens, fundada em 1919 nos EUA e em 1934 na
Inglaterra) e a Comunidade de Santa Clara (para
mulheres, monástica) e também a Ordem Terceira Franciscana para leigos.
No Brasil existe
os Irmãos Franciscanos de Canaã, ligada à Irmandade Evangélica de
Maria, em Curitiba, e Franciscanos
Anglicanos, membros da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - IEAB.
SÃO
FRANCISCO, UM GIGANTE DA SANTIDADE
A humildade de Francisco não era menor que seu
espírito de penitência. Não tolerava palavra em seu louvor. “Não elogieis a ninguém, enquanto não se lhe
souber o seu fim. Ninguém é nada mais e nada menos do que é aos olhos de Deus”.
Perguntado por um dos companheiros sobre o conceito
que de si próprio fazia, respondeu: “Julgo não haver no mundo pecador mais
indigno que eu”; e continuou: “Se Deus, em sua misericórdia tivesse dado ao
homem mais perverso as graças que se
dignou proporcionar a mim, não duvideis
que este homem seria muito mais grato e piedoso do que eu”. Foi ainda por
humildade que se deteve na ordenação sacerdotal, porque se julgava indigno de
ser sacerdote. Tratava os sacerdotes com
todo o respeito e dizia: “Se ao mesmo tempo me encontrasse com um Anjo e um
sacerdote, eu beijaria em primeiro lugar a mão deste e depois cumprimentaria o
Anjo. Devo mais respeito àquele que
segura nas mãos o Corpo Santíssimo de Jesus Cristo."
Que dizer da pobreza que o santo homem observava e
dos seus exigia que observassem? Do seu amor a Deus e ao próximo? Da sua
devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, à Santíssima Virgem e a
outros Santos, e das demais virtudes, cujos exemplos são tão numerosos, que se
encheriam livros narrando-os?
Depois da conversão, Francisco renunciou a toda
sorte de propriedade. Sentia prazer em
não possuir coisa alguma e sofrer o sacrifício da pobreza.
“A pobreza – dizia – é o caminho da salvação, o
fundamento da humildade, a raiz da perfeição. Produz frutos escondidos, mas que
se multiplicam de mil maneiras”. A pobreza era sua senhora, rainha, mãe e
esposa. A Deus pedia instantemente que fosse sua herança e privilégio.
Na oração, nos transportes do amor, não achava
outra expressão, a não ser esta: “Meu
Deus e meu tudo!” Conversando sobre
Deus, refletia-se-lhe no semblante a mais pura alegria. O amor ao próximo
impelia-o a servir aos doentes, a socorrer os necessitados, a consolar os
aflitos. O desejo de converter os infiéis, de derramar o sangue por amor de
Deus, levou-o a empreender penosa viagem até à Síria e apresentar-se ao Sultão
de Icônia, como pregador de penitência.
A devoção a Francisco à Sagrada Paixão e morte de
Nosso Senhor foi tão extraordinária, que Deus quis recompensá-lo com um milagre
inaudito. Dois anos antes da morte,
Francisco praticou, segundo o costume, o jejum quaresmal em preparação à festa
de S. Miguel, e para este fim se retirara ao Monte Alverne. No dia da exaltação
da Santa Cruz, arrebatado em êxtase, viu
que do céu descia um luminoso Serafim. O
Anjo tinha seis asas e Francisco reconheceu nele a figura de Nosso Senhor
crucificado, com as cinco chagas. Ao mesmo tempo, o Santo homem sentiu no lado, nas mãos e nos pés chagas
iguais, que destilavam umas gotas de sangue. Estes sinais ficaram até a
morte. Embora Francisco procurasse escondê-las cuidadosamente, não o conseguiu. Foram-lhe vistas no corpo, vivo e morto.
Estas chagas causaram-lhe grandes dores, mas Francisco julgou-se venturoso em
poder sofrer com o Salvador.
Dois anos depois desta visão, Francisco caiu
gravemente doente. Sentindo a morte aproximar-se, fez se transportar para a
igreja de Porciúncula onde, deitado sobre o chão, recebeu com muita devoção os
santos Sacramentos, entregando logo depois a alma a Deus.
Antes de expirar, recomendou aos irmãos da Ordem a
fiel observância da regra e dando-lhes a bênção, disse: “Ficai firmes no temor
de Deus e nele perseverai!
Bem-aventurados aqueles que perseveram na obra começada. Vou para Deus e recomendo-vos à sua benevolência”.
Tendo assim falado, quis que lhe lessem os
capítulos da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, do Evangelho de São João.
Terminada esta leitura, começou ele mesmo a recitação do Salmo 141, até as
palavras: “Tirai a nossa alma do cárcere, para que eu louve o Vosso nome. Os
justos, estão à minha espera, para que me deis a recompensa!” Foram-lhe estas
as últimas expressões.
São Francisco morreu no ano de 1226, na idade de 45
anos. Muito antes tivera a revelação do perdão completo dos seus pecados. Em
outra ocasião, lhe foi assegurada sua eterna salvação. Embora estas revelações
lhe servissem de grande consolo, nem por isto quis atenuar o rigor da
penitência e deixar de chorar os pecados.
“Suposto que tivesse cometido o mais leve pecado e isto só uma vez, motivo teria de sobra de
chorá-lo toda a minha vida”.
Muitos e grandes milagres fez São Francisco antes e
depois da morte. O Papa Gregório IX canonizou-o, em 16 de julho de 1228.
O corpo de São Francisco repousa debaixo do
altar-mor da catedral de Assis. Por uma permissão especial de Deus, aconteceu
que, durante seis séculos ficasse ignorado o jazigo das santas relíquias. Em
1818 foram encontradas e autenticamente reconhecidas.
OS
VALORES DA ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
1.
Espiritualidade evangélica
'A vida e a regra' franciscana é o próprio
evangelho; vida de conversão para o evangelho.
2. Vida
em fraternidade
'Deus me deu irmãos' - a fraternidade, entre irmãos
e irmãs, que Deus nos deu, com todas as pessoas e com todas as criaturas.
3.
Espiritualidade trinitária
Deus é o Sumo Bem; o Filho nosso irmão; o Espírito
do Senhor e o seu santo modo de operar. Maria, o modelo: filha, mãe e esposa.
4. Sem
nada de próprio
Seguir o Cristo pobre é a condição do nosso
caminho. Livre para amar e servir, retirando tudo o que se interpõe entre as
pessoas. O modelo é a encarnação do Verbo.
'Servo de toda humana criatura'; o serviço do
lava-pés; a 'autoridade' evangélica.
A 'graça' de trabalhar; trabalhar com as 'próprias
mãos' constrói a fraternidade; trabalhar como menores; trabalhar com 'devoção'
afugenta o ócio, inimigo da alma.
O espírito de oração e devoção que abrange toda a
vida e a vida toda; rezar sempre e rezar a vida; rezar no mundo e no conflito.
O eremitério e a solidão.
Evangelizar e deixar-se evangelizar; o 'evangelho
vivo' do seguimento é dom da vocação que se prolonga em missão; a fraternidade
é o 'coração' da evangelização.
9.
Espiritualidade eclesial e católica
A fraternidade vivida no seio da Igreja é célula
eclesial, integrada nos serviços e nos ministérios da Igreja. Católico:
experimentar Deus e a sua graça em todo tempo e lugar.
Acolher, integrar e transformar o 'negativo' da
vida. A cruz, fonte da verdadeira alegria.
SANTA
CLARA, FIEL À POBREZA
Em 1215, quando Francisco obrigou Clara a aceitar a
Regra beneditina, para cumprir a determinação do IV Concílio de Latrão. Esta
Regra previa a posse de bens para o mosteiro.
Para Clara, não se tratava de um detalhe. Aceitar
propriedades significava desfigurar todo o projeto. Por isso, buscou uma saída
de forma criativa e inusitada. Foi ao papa e lhe pediu uma bula que garantisse
ao mosteiro de São Damião o direito de não possuir bens. Inocêncio III achou estranho
o pedido daquela jovem de 22 anos. Mas lhe concedeu o documento, que foi
chamado de “Privilégio da Pobreza”.
EPISÓDIOS
IMPORTANTES DA VIDA DE SÃO FRANCISCO
1181-1182 Nasce Francisco. Em Assis, filho do comerciante
burguês Pedro Bernardone e Dona Picá.
1205 Querendo tornar-se cavaleiro, junta-se ao exército
papal e vai para a guerra na Apúlia (Puglia). Em Spoleto, tem uma visão em
sonho e volta para Assis: “Quem te pode ser mais útil: o senhor ou o servo? Então,
por que preferes o servo ao senhor?”
1205 Francisco está num período de muita reflexão e
oração. Certa ocasião, vê um leproso que vem em sua direção. Vencendo o horror
que tinha por esta doença e pelos seus doentes, vai ao seu encontro e trata-o
com carinho. Este evento é registrado pelo próprio Francisco como
importantíssimo para a sua conversão.
1205 Rezando na igreja de São Damião, ouve um pedido:
“Francisco, vai, reconstrói minha casa que está em ruínas”. Levando a mensagem
ao pé da letra, restaura as igrejinhas abandonadas de São Damião, São Pedro e
Porciúncula.
1206 Processado pelo pai, Francisco, na praça da cidade
e em frente ao bispo devolve-lhe tudo o que tinha e que havia recebido do pai;
ficando nu perante todos. “De agora em diante poderei dizer livremente: Pai
Nosso que estais nos Céus, não pai Pedro Bernadone.”
1208 Depois de ouvir a explicação do Evangelho do envio
apostólico (Mt 10, 1. 5-13), Francisco afirma: “É isto que eu quero!” Deixa as
vestes de eremita, passa a usar um hábito rude e torna-se um pregador
itinerante. Após algum tempo, recebe os primeiros companheiros.
1209 Francisco escreve uma pequena regra. Vai a Roma
com onze companheiros, é recebido pelo Papa Inocêncio III que aprova oralmente
a regra.
1211-1212 A comunidade vai crescendo e consolidando-se,
instala-se na Porciúncula. Na noite do Domingo de Ramos, Clara foge de casa
para seguir a vida de Francisco. Mesmo com a oposição da família, Inês (irmã de
Clara) também se junta ao grupo e assim inicia-se a 2ª Ordem.
1219 Os franciscanos empreendem grandes missões no
exterior (Alemanha, França, Hungria, Espanha, Marrocos). Francisco vai ao Egito
e encontra-se com o Sultão Malek-el-Kamel.
1223 O Papa Honório III emite bula aprovando a regra
franciscana que estava sendo aperfeiçoada desde 1209 durante capítulos
realizados anualmente. Esta regra conhecida como Regra bulada está em vigor até
hoje. Também se conhece um texto anterior denominado de Regra não-bulada.
1223 Celebra o Natal com o povo em Greccio diante de um
presépio. Por causa desta celebração muitos consideram Francisco de Assis o
inventor do presépio.
1224 Francisco e Frei Leão vão ao Monte Alverne para a
Quaresma de São Miguel. Na festa da Exaltação da Santa Cruz, 14 de setembro,
Francisco vê o serafim alado e crucificado, durante esta visão recebe os
estigmas de Jesus Crucificado.
1225 Com uma doença nos olhos, fica junto ao mosteiro
de Clara em São
Damião. Compõe boa parte do Cântico do Irmão Sol ou Cântico
das Criaturas .
1225-1226
Por obediência submete-se a
dolorosos tratamentos em Assis, Rieti, Fonte Colombo, Sena e outros locais.
Dentre estes tratamentos a cauterização pelo fogo. Sentindo a aproximação da
irmã morte, pede para ser levado à Porciúncula, da planície abençoa Assis.
1226 Na Porciúncula dita seu Testamento. 3 de outubro:
Percebendo cada vez mais a aproximação da irmã morte, pede para ser colocado nu
na terra nua, acaba aceitando usar o hábito do guardião. Pede que leiam o
Evangelho da Última Ceia, abençoa os irmãos presentes e futuros, morre
cantando.
1228 Gregório IX canoniza-o.

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