sexta-feira, 13 de julho de 2012

A grande bondade de Deus


“Muitas vezes tenho pensado, espantada, na grande bondade de Deus e a minha alma tem-se regalado de ver a Sua grande magnificência e misericórdia. Seja bendito por tudo! Tenho visto claramente Ele não deixar sem paga, até mesmo nesta vida, nenhum desejo bom. Por ruins e imperfeitas que fossem minhas obras, este Senhor meu as ia melhorando e aperfeiçoando e dando valor. Os males e pecados logo os escondia. Até os olhos de quem as viu permite Sua Majestade fiquem como que cegos e lhos tira da memória; doira as culpas; faz resplandecer uma virtude que o mesmo Senhor põe em mim, fazendo-me quase força para que a tenha.
Oh! Senhor meu, como sois bom! Bendito sejais para sempre! Louvem-Vos, Deus meu, todas as coisas, pois assim nos amastes, a podermos com verdade falar desta comunicação que, ainda estando neste desterro, tendes com as almas. Até mesmo com as que são boas é grande liberalidade e magnanimidade Vossa, Senhor meu; enfim, dais como quem sois. Oh! liberalidade infinita, quão magníficas são as Vossas obras! Isto espanta a quem não tem o entendimento ocupado com coisas da terra de modo a não ter nenhum para entender verdades. Mas, que façais mercês tão soberanas a almas que tanto Vos ofendem, por certo que a mim isto faz que se me acaba o entendimento e, quando chego a pensar nisto, não posso ir adiante. Para onde há-de ir que não seja voltar atrás? Dar-Vos graças por tão grandes mercês, não sabe como. Em dizer disparates, acho alívio algumas vezes.”

(Santa Teresa d'Ávila)


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