Tenho percebido, nos últimos
tempos, um pensamento entre os católicos que é, no mínimo, leviano.
Associam-se a juventude com
barulho e agitação. Tanto no que diz respeito ao que os jovens fazem na Igreja,
quanto ao que a Igreja tem de fazer para atrair o jovem.
Mas tenho notado que a
realidade, na verdade, é outra.
Uma Missa com muitos
instrumentos, dança e teatro, pode até ser que, num primeiro momento, agrade a
alguns jovens. Mas quando estes se decidem por buscar uma espiritualidade mais
católica, mais madura, recorrem às experiências de silêncio, contemplação,
decoro e organização.
Batucada pode até parecer
legal, mas o que o jovem realmente quer na Igreja é se encontrar com Deus de
uma forma pessoal. O perigo de fazer da Santa Missa uma “bagunça jovem” é que
você pode até atrair alguns, mas dificilmente com tambores, fitas coloridas e
batidas eletrônicas conseguirá levar esses jovens a uma verdadeira experiência
com Deus e, a partir daí, a uma conversão de vida.
A Igreja tem sim que investir
em eventos para atrair os jovens: louvores, shows, vigílias, encontros... O que
ela não precisa e não deve é criar uma “liturgia jovem”, desobediente, que
afronta as normas litúrgicas e destrói o decoro e a contemplação.
Quanto mais nos aproximamos de
Deus, mais nossa alma busca o silêncio.
Já
dizia Santo Ambrósio: "O demônio ama o barulho, Cristo busca o
silêncio." É ilusão achar que fazendo barulho levaremos os jovens para
Deus. No máximo, os traremos para dentro da Igreja, por pouco tempo. Pois
quando o barulho de outra igreja for melhor, irão para lá.
O
verdadeiro “barulho” que o jovem procura é o testemunho de vida dos sacerdotes,
dos pais de família, é a obediência a Santa Igreja de Deus, é a profunda
adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro.
Enquanto
maquiamos a nossa Igreja numa tentativa frustrada de torná-la mais bela e
atraente, a alma da juventude grita, clamando conhecer a verdadeira Igreja de
Cristo. Sem máscaras, sem rótulos, linda, sóbria e solene, como sempre foi.
Querem
atrair os jovens para a Igreja? Deixem de falar um pouco de políticos nas
homilias e falem da vida dos santos. Exponham Jesus Sacramentado sobre os
altares. Falem abertamente sobre a santidade, a salvação.
Só
existe uma forma de fazer a juventude permanecer na Igreja: é fazê-la perceber
que Cristo é o sentido de suas vidas. E para isso precisamos mais do que nunca
sermos católicos, obedientes à liturgia e apaixonados pela Eucaristia.
(André Krupp)
Simples verdade. Será que é tão difícil colocá-la em prática???
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