terça-feira, 10 de julho de 2012

Juventude x Silêncio?


Tenho percebido, nos últimos tempos, um pensamento entre os católicos que é, no mínimo, leviano.
Associam-se a juventude com barulho e agitação. Tanto no que diz respeito ao que os jovens fazem na Igreja, quanto ao que a Igreja tem de fazer para atrair o jovem.
Mas tenho notado que a realidade, na verdade, é outra.
Uma Missa com muitos instrumentos, dança e teatro, pode até ser que, num primeiro momento, agrade a alguns jovens. Mas quando estes se decidem por buscar uma espiritualidade mais católica, mais madura, recorrem às experiências de silêncio, contemplação, decoro e organização.
Batucada pode até parecer legal, mas o que o jovem realmente quer na Igreja é se encontrar com Deus de uma forma pessoal. O perigo de fazer da Santa Missa uma “bagunça jovem” é que você pode até atrair alguns, mas dificilmente com tambores, fitas coloridas e batidas eletrônicas conseguirá levar esses jovens a uma verdadeira experiência com Deus e, a partir daí, a uma conversão de vida.
A Igreja tem sim que investir em eventos para atrair os jovens: louvores, shows, vigílias, encontros... O que ela não precisa e não deve é criar uma “liturgia jovem”, desobediente, que afronta as normas litúrgicas e destrói o decoro e a contemplação.
Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nossa alma busca o silêncio.
Já dizia Santo Ambrósio: "O demônio ama o barulho, Cristo busca o silêncio." É ilusão achar que fazendo barulho levaremos os jovens para Deus. No máximo, os traremos para dentro da Igreja, por pouco tempo. Pois quando o barulho de outra igreja for melhor, irão para lá.
O verdadeiro “barulho” que o jovem procura é o testemunho de vida dos sacerdotes, dos pais de família, é a obediência a Santa Igreja de Deus, é a profunda adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro.
Enquanto maquiamos a nossa Igreja numa tentativa frustrada de torná-la mais bela e atraente, a alma da juventude grita, clamando conhecer a verdadeira Igreja de Cristo. Sem máscaras, sem rótulos, linda, sóbria e solene, como sempre foi.
Querem atrair os jovens para a Igreja? Deixem de falar um pouco de políticos nas homilias e falem da vida dos santos. Exponham Jesus Sacramentado sobre os altares. Falem abertamente sobre a santidade, a salvação.
Só existe uma forma de fazer a juventude permanecer na Igreja: é fazê-la perceber que Cristo é o sentido de suas vidas. E para isso precisamos mais do que nunca sermos católicos, obedientes à liturgia e apaixonados pela Eucaristia.

(André Krupp)


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